Confira:
AA: O que você foi fazer na África?
VA: Vim fazer um trabalho para o governo de Angola, compondo uma equipe de brasileiros que foram chamados para ajudar a implantar projetos de combate a pobreza. Angola acabou de sair de uma guerra civil e tem muitos problemas e muitos desafios a enfrentar. Embora seja um país rico, porque tem muito petróleo e minas de diamante, por exemplo, tem uma grande população de pessoas muito pobres. O país está importando experiências de sucesso que realizamos no Brasil.
AA: Quanto tempo pretende ficar? Está gostando daí?
A missão aqui é de seis meses. Mas eu devo ir ao Brasil - e a Lucrécia - neste intervalo algumas vezes. Estou gostando do trabalho, de conhecer outra cultura. Uma das coisas que me trouxeram para cá foi a experiência de vida e de gestão em uma região sofrida como era a nossa nos anos 70 e 80. E as mudanças que ocorreram, as melhorias e os avanços que estamos alcançando.
AA: Tem acompanhado a política de Lucrécia, o que acha dos últimos acontecimentos?
Acompanho tudo de Lucrécia, o tempo todo. Não há um só dia em que não fale com alguém daí. Converso com o prefeito Waltinho quase todo dia. Acho que o cenário político está muito favorável. Apesar das dificuldades, Waltinho realiza um bom trabalho e isto tem sido reconhecido pela grande maioria do povo. É um jovem sério, cumpridor dos seus compromissos, correto e direto no que faz, que trabalha muito para corresponder a confiança dos mais de 70% dos votos que teve em 2008. Os rearranjos políticos, de algumas lideranças do grupo, faz parte da nossa realidade. Pessoas que vêm e que vão - algumas já conhecidas por isto - não causam maior preocupação. Não é a primeira vez e nem será a última. O fator emocional incomoda mais do que o eleitoral. Porque são atitudes precipitadas e injustificáveis. Mas o povo de Lucrécia é sábio. Enxerga o que está por trás de tudo. E sabe quem é quem! Daí a nossa tranquilidade. O que vale é sabermos também reconhecer e valorizar cada vez mais aquelas pessoas que realmente merecem nossa confiança, que são firmes e de palavra. Que querem o melhor para a cidade.
Você vai participar da campanha aqui este ano?
Sim. Claro! Eu vivo rodando o mundo justamente na luta por melhoras para minha cidade e para meu estado. E, assim, vivo à disposição de Lucrécia, dos nossos amigos e companheiros de luta aí, sempre. Vamos ter uma grande campanha este ano. Estamos até hoje na política de Lucrécia porque as pessoas nos querem. Nos pedem para continuar. Temos laços fortes de amizade e de amor. Somos irmãos. Sofremos e lutamos juntos. Temos uma história de conquistas, de vitórias, uma história bonita que não se abala por qualquer coisa.
Vou aproveitar para fazer uma revelação aqui: no dia da Missa de sétimo dia do meu Pai, Amaro, uma pessoa muito simples se aproximou de mim quando eu estava entrando no carro para viajar e disse: ‘Já sei. Agora acabou tudo, né? Vocês agoram vão embora pra Natal e vão nos deixar. Não tem mais seu Amaro e vocês agora não vão mais ficar aqui... Depois, lacrimejou e disse: não façam isto. Não nos deixem. Esta cidade ainda precisa muito de vocês. Nós ainda precisamos muito do trabalho de vocês...
Eu fiquei parado. Pasmo. Pensando. Entrei no carro e viajei. Me emociono toda vez que lembro desta passagem. E isto marcou muito. Este é o grande recado, é a grande mensagem que a cidade nos dá. É o grande ponto que sempre refletimos quando discutimos nosso rumo na política em Lucrécia. Não se trata da questão de nós precisarmos de estar na política ou na prefeitura. Nem de um grupo que se junta com interesses em fazer negócio no entorno da prefeitura. Mas de um povo que nos pede e nos aceita. E de um compromisso muito forte que temos com este povo. De estarmos sempre à sua disposição. Até o dia em que precisarem da gente.
Mas nós temos um grande projeto para a Lucrécia dos próximos anos. E temos umas idéias para diversificar os quadros políticos em Lucrécia que vamos apresentar. Em breve. Coisa boa! Aguarde.
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