Breno Fortes/CB/D.A Press - 23/9/09 |
Casagrande acredita que a decisão final será tomada até o dia 27 |
Gustavo Moreno/CB/D.A Press - 9/2/10 |
Socialistas avaliam que sem alianças a candidatura de Ciro é inviável |
Para não deixar a responsabilidade sobre a retirada da candidatura de Ciro Gomes apenas na mão de sua Executiva Nacional, a cúpula do PSB ouvirá os diretórios estaduais do partido. A decisão de consultá-los foi fechada durante almoço ontem em Brasília. Antes, ao participar da festa de aniversário da cidade, onde foi homenageado com a medalha do mérito de Brasília, o presidente do PSB e governador de Pernambuco, Eduardo Campos, avisou que não deixará a tarefa de retirar ou não a candidatura para o presidente Lula. “Colocar candidatura ou tirar candidatura é uma tarefa da direção nacional do partido, ouvindo a sua base. Não é uma tarefa do presidente da República, que ao nosso ver é o coordenador do processo de sua sucessão, mas não cabe ao Lula decidir o que nós vamos fazer ou não com o Ciro”, comentou, referindo-se à entrevista de Lula ao Correio, em que Lula disse que chamaria Ciro para uma conversa tão logo o PSB achasse que era a hora.
Embora haja uma defesa de Ciro por parte de vários estados, há uma avaliação geral de que sem estrutura e alianças ficará difícil levar adiante o projeto de candidatura própria. Em conversas reservadas, vários dirigentes têm dito que entre arrumar um discurso para tirar Ciro do páreo e estrutura para a campanha, a primeira opção é muito mais fácil.
No almoço, os socialistas avaliaram a situação do partido em vários estados, especialmente naqueles em que aguardam um gesto de apoio do PT. No Piauí, por exemplo, onde o governador Wilson Martins será candidato à reeleição, a ordem é tentar conquistar o apoio do ex-governador Wellington Dias (PT) que entrará na disputa pelo Senado. O mesmo vale para o Espírito Santo, onde o senador Renato Casagrande é pré-candidato a governador, mas o PT apoia o PMDB.
O PSB considera importante ainda acomodar os palanques do Rio Grande do Sul e de São Paulo. Isso sem contar o Ceará, onde o PT insiste em indicar o vice na chapa de Cid Gomes ao governo estadual e ainda deseja uma das vagas ao Senado para o ex-ministro da Previdência José Pimentel, e ainda o fim da coligação branca entre Cid e o senador Tasso Jereissati (PSDB), candidato à reeleição.
No caso de São Paulo, o que tem incomodado os socialistas hoje é a pressão do PT usando o governo federal para que o PR e PCdoB fechem com a candidatura de Aloizio Mercadante ao governo estadual. Os socialistas estão convencidos de que, se os ministros petistas não pressionassem, o PR e o PCdoB fechariam o apoio a Paulo Skaf ao governo estadual. O que eles querem é que o governo e o PT parem de esvaziar os palanques do PSB nos estados.
“O tempo da política”
Apesar de o senador Renato Casagrande (PSB-ES), garantir que a “a decisão sobre a candidatura sai mesmo no dia 27”, ainda há quem duvide justamente por conta dos problemas estaduais com o PT. Ontem, por exemplo, Eduardo Campos chegou a dizer que quem tem prazo não tem pressa e que as convenções para definição de candidatos a presidente serão apenas em junho. Falou ainda do “tempo da política”. O governador de Pernambuco permanece em Brasília hoje para uma reunião com o presidente Lula sobre as obras do Nordeste e aproveitará para conversar com o PT. Há quem diga que, se os petistas tratarem bem o PSB, Ciro deixará rapidamente de ser candidato.
Colocar candidatura ou tirar candidatura é uma tarefa da direção nacional do partido, ouvindo a sua base”
Eduardo Campos, presidente do PSB
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